
Sim, livra-me de todo aquele que condena o homem ao inferno de fogo porque ele não se adequou as etiquetas da religião.
Livra-me de quem despreza o seu semelhante e se senta confortavelmente nos bancos da igreja para dar “glória a Deus”.
Afasta de mim os que usam a bíblia como regra de medição do outro, os que costuram o véu do templo e usam a Torá como régua para a vida.
Livrai-me, ó meu Pai, dos que proíbem o cigarro e tragam a alma de gente sofrida, dos que proíbem a bebida e acabam por beber, de um gole só, a desilusão dos famintos, dos que proíbem a dança de salão e se embalam nas rodas dos preconceituosos e julgadores.
Eu não quero viver esse tempo onde os homens pagam dízimos e negam esmolas, tomam a ceia e negam pão ao indigente, levantam as mãos no louvor e as encolhem ao necessitado.
Livra-me, Jesus, da arrogância dos que, com suas teologias, acham ter cadeira cativa no céu, faz-me andar em quebrantamento e com espírito contrito, tendo a misericórdia servida como prato principal no banquete de cada dia.
Acalma meu coração e me traz a tua paz, pois estou aflito olhando para o que sucede diante dos meus olhos, afasta de mim os santos que se santificam a si mesmos com seus ascetismos e rigores comportamentais, os que dizem “aleluia” no templo e fogem da calamidade do chão da dor humana.
Ouve-me Deus, não desprezes a minha agonia, pois os dias são maus e minha esperança está somente em ti, não tenho a quem recorrer…”
Amém!
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